Esse material foi feito para você, que tem o diagnóstico de doença renal crônica (DRC) e está em tratamento conservador. Não se preocupe, estamos aqui para ajudar a entender melhor essa condição de uma forma simples e clara! Vamos lá?
O que são os rins e qual a sua função?
Os rins são dois órgãos incríveis, em forma de feijão, localizados na parte de trás do abdômen. Eles funcionam como os “filtros” do nosso corpo. Todos os dias, eles limpam o sangue, removendo toxinas, excesso de líquidos e resíduos que o corpo não precisa. Além disso, ajudam a controlar a pressão arterial, produzir hormônios importantes e manter o equilíbrio de sais e minerais no organismo. Em resumo, são essenciais para a nossa saúde!
O que é a doença renal crônica (DRC)?
A doença renal crônica é uma condição em que os rins não funcionam adequadamente por um período prolongado, por definição, por mais de 3 meses. Com isso, toxinas e líquidos podem se acumular no corpo. A DRC é dividida em estágios (estágios 1 a 5), que vão desde os mais leves até os mais avançados, quando é necessário o início da terapia renal substitutiva (hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal). O principal objetivo do tratamento é prevenir a progressão da doença para os estágios mais avançados, evitando a necessidade da diálise.
Quais são os fatores de risco para DRC?
Os principais fatores de risco para se desenvolver doença renal são:
- Diabetes
- Hipertensão arterial
- História familiar
- Obesidade
- Tabagismo
- Idade
- Ter proteína no exame de urina
- Ter doença autoimune, como lúpus
Quais são as principais causas da DRC?
A DRC pode ter várias causas, mas as mais comuns são:
- Diabetes: quando o açúcar no sangue não é bem controlado, ele pode danificar a estrutura de filtração renal.
- Hipertensão arterial (pressão alta): a pressão elevada sobrecarrega os rins e, com o tempo, prejudica seu funcionamento.
Outras causas possíveis incluem:
- Glomerulonefrites: ocorre uma inflamação dos glomérulos, os filtros dos rins.
- Doenças autoimunes: como o lúpus, que pode afetar os rins.
- Uso prolongado de certos medicamentos: alguns remédios, se usados por muito tempo, podem ser nocivos aos rins.
- Doenças genéticas: quando a pessoa nasce com alteração em algum gene que leva ao comprometimento renal, a doença renal policística autossômica dominante (DRPAD) é a mais comum delas.
- Sequela de uma injúria renal aguda: muitas vezes os rins saudáveis sofrem uma agressão grave, como, por exemplo, uma desidratação grave ou alguma infecção generalizada (sepse), podendo levar a perda parcial ou total do seu funcionamento.
- Obstrução das vias urinárias: ocorre quando existe um obstáculo para a saída da urina em algum ponto da via urinária. Nesse caso, a urina fica retida e ocorre dilatação renal, o que impede o funcionamento adequado dos rins. O câncer ou a hiperplasia da próstata são exemplos comuns.
Às vezes, a causa exata não é descoberta, mas o importante é identificar e tratar o problema o quanto antes.
Quais são as complicações e os sintomas da DRC?
A maioria das pessoas não têm sintomas da doença renal, exceto quando ela já está em uma fase muito avançada. Mesmo nos casos mais avançados, a pessoa pode continuar a urinar normalmente, mas apesar de ocorrer formação de urina, ela não contém níveis adequados de toxinas, já que os rins não filtram corretamente o sangue. Nos casos mais leves da doença apenas os exames de sangue e urina podem estar alterados.
- Acúmulo de toxinas: as toxinas como a ureia e a creatinina se acumulam na DRC, podendo causar sintomas como: cansaço, náusea ou vômitos, coceira, mau hálito, soluços.
- Desequilíbrio de minerais (eletrólitos): os rins ajudam a controlar os níveis dos principais minerais no sangue, como potássio, sódio, cálcio, fósforo e magnésio. Na DRC esse equilíbrio pode ser alterado, levando a cãibras, fraqueza muscular e alterações no ritmo do coração (arritmias, que podem ser graves).
- Anemia: os rins produzem um hormônio chamado eritropoetina, que ajuda na formação dos glóbulos vermelhos (células que levam oxigênio pelo corpo). Na DRC a produção desse hormônio diminui, levando a cansaço constante, falta de energia, pele pálida e dificuldade para respirar.
- Problema nos ossos: os rins ajudam a regular o cálcio e o fósforo no corpo. Quando não funcionam bem, os ossos enfraquecem, podendo ocorrer dores ósseas e aumento do risco de fratura.
- Pressão alta (hipertensão): os rins têm um papel importante no controle da pressão arterial. Com a doença renal, a pressão pode subir o que prejudica ainda mais os rins e aumento o risco de doenças cardiovasculares, como infarto ou derrame.
- Problemas no coração: as toxinas acumuladas na doença renal, o desequilíbrio dos minerais e a pressão alta podem levar a insuficiência cardíaca e endurecimento das artérias do corpo.
Como é o prognóstico da DRC?
O prognóstico, ou seja, o que esperar da doença, depende de cada pessoa. A DRC é uma condição que tende a piorar com o tempo, mas a velocidade disso varia muito. Fatores como a causa, a idade, outras condições de saúde e o tratamento recebido fazem toda a diferença.
No tratamento conservador, o objetivo é controlar os sintomas e retardar a progressão da doença, mantendo uma boa qualidade de vida pelo maior tempo possível. Com acompanhamento médico, uma dieta adequada, atividade física, controle da pressão e do diabetes (quando necessário) e evitando substâncias que prejudicam os rins, muitas pessoas vivem bem com DRC por anos.
O que é a terapia renal substitutiva?
Quando os rins param de funcionar bem o suficiente, pode ser necessário um tratamento para substituir o trabalho deles. Esses tratamentos são chamados de terapia renal substitutiva e incluem:
- Diálise: Pode ser hemodiálise (o sangue é filtrado por uma máquina) ou diálise peritoneal (um líquido especial remove toxinas pelo abdômen).
- Transplante renal: Um rim saudável de um doador é colocado no paciente.
Esses métodos são usados em estágios mais avançados da DRC. O tratamento conservador, porém, busca evitar ou adiar essa necessidade, cuidando da saúde renal da melhor forma possível.
Conclusão
A doença renal crônica pode parecer assustadora no começo, mas com informação e acompanhamento adequado, é possível conviver bem com ela. O tratamento conservador ajuda a proteger os rins, tratar as complicações e os sintomas da doença e a manter sua qualidade de vida.