Quando os rins não conseguem mais realizar suas funções adequadamente, a terapia renal substitutiva se torna necessária. As opções disponíveis incluem:
1. Hemodiálise
A hemodiálise utiliza uma máquina que funciona como um “rim artificial”, filtrando o sangue e removendo toxinas e excesso de líquidos.
Como funciona?
- O sangue é retirado do corpo, filtrado pela máquina e devolvido ao paciente.
- Realizada em clínica especializada, geralmente 3 vezes por semana, com sessões de 2h30 a 4h.
Tipos de Acesso Vascular:
- Fístula Arteriovenosa (FAV):
- Método preferido, criado cirurgicamente conectando uma artéria a uma veia (geralmente no braço).
- Permite alto fluxo sanguíneo necessário para a hemodiálise.
- Duas agulhas são inseridas na FAV: uma retira o sangue para filtragem e outra o devolve ao corpo.
- FAV com Prótese:
- Usada quando as veias são muito finas, utilizando um tubo sintético para conectar artéria e veia.
- As agulhas são inseridas na prótese.
- Cateter Venoso Central:
- Opção para casos urgentes ou quando outros acessos não são viáveis.
- Cateter não tunelizado: De curta permanência, geralmente no pescoço.
- Cateter tunelizado: De longa permanência, inserido no tórax.
- Maior risco de infecção comparado à FAV.
2. Diálise Peritoneal
Utiliza o peritônio (membrana abdominal) como filtro natural.
Como funciona?
- Um cateter é implantado cirurgicamente no abdômen para infundir e drenar um líquido especial (líquido peritoneal).
- O líquido “sujo” (com toxinas) é removido e substituído por líquido limpo em ciclos chamados trocas.
- Pode ser feita em casa, geralmente à noite, com uma máquina automática (diálise peritoneal automatizada).
- O paciente ou um cuidador realiza as conexões.
- Acompanhamento mensal com nefrologista é necessário.
Vantagens:
- Mais flexibilidade e independência.
- Menos restrições dietéticas comparado à hemodiálise.
3. Transplante Renal
Considerado o melhor tratamento para insuficiência renal avançada, oferecendo qualidade de vida superior à diálise.
Como funciona?
- Um rim saudável (de doador vivo ou falecido) é transplantado para substituir a função renal perdida.
- Doador vivo: Pode ser familiar ou não relacionado; reduz tempo de espera e melhora resultados.
- Doador falecido: Requer lista de espera compatível.
Pré-Transplante:
- Avaliação médica rigorosa para descartar contraindicações.
Pós-Transplante:
- Uso contínuo de imunossupressores para prevenir rejeição.
- Acompanhamento frequente para monitorar função renal e evitar complicações (infecções, rejeição).
Vantagens:
- Elimina a necessidade de diálise.
- Restaura função renal próxima do normal.
- Maior expectativa e qualidade de vida.
Riscos:
- Rejeição do enxerto.
- Efeitos colaterais dos imunossupressores (infecções, diabetes, aumento do risco de câncer).
- Complicações cirúrgicas.
Conclusão
A escolha da terapia depende de fatores como condição clínica, estilo de vida e disponibilidade de doadores. Enquanto a diálise (hemodiálise ou peritoneal) é essencial para substituir a função renal, o transplante oferece a melhor perspectiva de recuperação. O acompanhamento médico é fundamental para garantir o tratamento mais adequado a cada paciente.